De que me valem certezas absolutas
Se os meus lábios anseiam apenas os teus?
Tua pele permite que a descrença eu degluta
Por que fingir? - Sabes que o sonho não morreu.
O eflúvio doce do nosso amor atrevido
Dá-me, às narinas, respostas por quais anseio:
Comigo estás! Faz tudo perspícuo sentido!
Transcende esta estória a um egóico devaneio.
E por mais que para o mal que você me faz
Só exista uma justificativa edaz,
Minha ectópica razão diz: nunca desista!
Teus olhos confirmam o inefável desejo
- Que todos negam, mas evidente, em ti, vejo - :
Ter-me contigo num ébrio fadário altruísta...
Rafael Casal
23 de Agosto de 2008
sábado, 23 de agosto de 2008
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Cirurgia
Permito-me o conforto das linhas obscuras,
De olhos abertos eu não suportaria!
Sinto, imerso em minha opiófaga loucura,
No corpo a dor e no espírito a anestesia.
Eu rasgo a pele com psicótico objetivo:
Estrangular as minhas lembranças felizes.
Deve o corte ser preciso e definitivo
Para que nada reste além de cicatrizes.
No findar desta insólita carnificina
Eu percebo, em tudo aquilo que me alucina,
A pequice de um sentimento verdadeiro;
Vou esmagar, às vísceras, coisas estranhas
E arrancar com voracidade das entranhas
O amor fátuo que me devorou por inteiro.
Rafael Casal
18 de Agosto de 2008
De olhos abertos eu não suportaria!
Sinto, imerso em minha opiófaga loucura,
No corpo a dor e no espírito a anestesia.
Eu rasgo a pele com psicótico objetivo:
Estrangular as minhas lembranças felizes.
Deve o corte ser preciso e definitivo
Para que nada reste além de cicatrizes.
No findar desta insólita carnificina
Eu percebo, em tudo aquilo que me alucina,
A pequice de um sentimento verdadeiro;
Vou esmagar, às vísceras, coisas estranhas
E arrancar com voracidade das entranhas
O amor fátuo que me devorou por inteiro.
Rafael Casal
18 de Agosto de 2008
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
No Casulo
Sinto os punhos machucados pelas correntes
E nada me ocorre a não ser gritos de dor
Comprimido por razões e anseios dementes
Meu espírito sobrevive apenas de amor.
Livro-me dos mantos sem respeito às etapas,
A pele seca arranco sem nenhum receio
E o medo de prosseguir que me sobreveio
Por entre os meus dedos corroídos escapa.
Nutrindo permaneço meu obnóxio sonho
Pois conseguir bem fazer ao que me proponho
Quero antes de uma perfeição obsoleta.
Vou vencer as paredes deste meu casulo
Os nós eu desfaço e as amarras estrangulo!
Breve livre voarei como borboleta...
Rafael Casal
08 de Agosto de 2008
E nada me ocorre a não ser gritos de dor
Comprimido por razões e anseios dementes
Meu espírito sobrevive apenas de amor.
Livro-me dos mantos sem respeito às etapas,
A pele seca arranco sem nenhum receio
E o medo de prosseguir que me sobreveio
Por entre os meus dedos corroídos escapa.
Nutrindo permaneço meu obnóxio sonho
Pois conseguir bem fazer ao que me proponho
Quero antes de uma perfeição obsoleta.
Vou vencer as paredes deste meu casulo
Os nós eu desfaço e as amarras estrangulo!
Breve livre voarei como borboleta...
Rafael Casal
08 de Agosto de 2008
domingo, 10 de agosto de 2008
Confissões Difíceis Pedem Folha Branca*
"Acabou! Aceito o veredicto objetado
E então entendo o exíguo motivo do fim:
Apesar de encontrar tudo apenas em mim
Sou a nítida acusação do teu pecado.
Não mais existe a necessidade da fuga!
O que outrora agrediu, sequer hoje amedronta
A mesma mão que amargas lágrimas enxuga
Se preciso for esmaga certezas prontas.
Agora, neste esquálido sonho incomum,
A tristeza e a alegria são apenas um.
Toda saudade? - Não passa de nostalgia;
Vejo, pelo exagero deste amor insano,
Que o meu terrível - mas não inválido! - engano
Foi ter acreditado que eterno seria. "
Rafael Casal
01 de Agosto de 2008
*Plágio: Frase de Carlos Drummond de Andrade!
E então entendo o exíguo motivo do fim:
Apesar de encontrar tudo apenas em mim
Sou a nítida acusação do teu pecado.
Não mais existe a necessidade da fuga!
O que outrora agrediu, sequer hoje amedronta
A mesma mão que amargas lágrimas enxuga
Se preciso for esmaga certezas prontas.
Agora, neste esquálido sonho incomum,
A tristeza e a alegria são apenas um.
Toda saudade? - Não passa de nostalgia;
Vejo, pelo exagero deste amor insano,
Que o meu terrível - mas não inválido! - engano
Foi ter acreditado que eterno seria. "
Rafael Casal
01 de Agosto de 2008
*Plágio: Frase de Carlos Drummond de Andrade!
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