Em tua ausência infinda acorrentado eu vivo!
Exauriste-me, incólume, a paz e o sono.
Como posso querer este amor putativo?
Lôbrega vontade sobre a qual me questiono.
Comigo estarás até o último suspiro!
- Certeza anacrônica com que eu me iludo -
No abúlico intento de livrar-me de tudo
Esqueço que sem ti eu sequer bem respiro.
Apesar de saber: Nosso sonho é obsceno,
De ser a tua boca na minha um veneno,
O teu calor necessito sem culpa ou pejo;
Permite o passado que a saudade eu suporte!
Mesmo sendo o teu corpo um caminho de morte
És o onírico mal que, afaimado, eu desejo.
Rafael Casal
20 de Novembro de 2008
terça-feira, 25 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Como Matar Um Amor
Psicótico, arranque dos olhos a venda
E aceite a certeza de que nada é eterno!
Neste instante, então, abléptico compreenda
Que em demasia amar é a senda para o inferno.
Derrogue a saudade com demente prazer
- Felizes lembranças são ardis inimigos -
Se estólido pensares: -Não posso esquecer!
Impertérrito grite: -Eu preciso e consigo.
Fingir? - Não se abstenha quando exequível for
E o fim viverás deste maníaco amor
Mesmo antes do que tenha você esperado;
O conselho siga do que insigne te escreve:
Dilascere os medos e acredite que - em breve! -
Tudo apenas será um amorfo passado...
Rafael Casal
17 de Novembro de 2008
E aceite a certeza de que nada é eterno!
Neste instante, então, abléptico compreenda
Que em demasia amar é a senda para o inferno.
Derrogue a saudade com demente prazer
- Felizes lembranças são ardis inimigos -
Se estólido pensares: -Não posso esquecer!
Impertérrito grite: -Eu preciso e consigo.
Fingir? - Não se abstenha quando exequível for
E o fim viverás deste maníaco amor
Mesmo antes do que tenha você esperado;
O conselho siga do que insigne te escreve:
Dilascere os medos e acredite que - em breve! -
Tudo apenas será um amorfo passado...
Rafael Casal
17 de Novembro de 2008
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Hemóstase
Em processo de cura ainda me apresento
Entretanto, por ti, eu não mais vou chorar.
Se incruento foi para você o findar
Confesso: agressivo me foi o sangramento.
Psicose hematófaga não mais me detém!
De você recolhi auto-amor visceral
Sim! Fostes para o meu corpo um séptico bem
E ao meu espírito? - Um inequívoco mal.
Coágulos extirparei! - Sei que consigo
Toda Paz e Silêncio eu tomo como abrigo
Ao meu hígido estado, o cuidado se soma!
Amei! E após sofrer infecta cirurgia
Eu estanquei a equimose que me afligia
E enfim me resta nada mais que um hematoma.
Rafael Casal
13 de Novembro de 2008
Entretanto, por ti, eu não mais vou chorar.
Se incruento foi para você o findar
Confesso: agressivo me foi o sangramento.
Psicose hematófaga não mais me detém!
De você recolhi auto-amor visceral
Sim! Fostes para o meu corpo um séptico bem
E ao meu espírito? - Um inequívoco mal.
Coágulos extirparei! - Sei que consigo
Toda Paz e Silêncio eu tomo como abrigo
Ao meu hígido estado, o cuidado se soma!
Amei! E após sofrer infecta cirurgia
Eu estanquei a equimose que me afligia
E enfim me resta nada mais que um hematoma.
Rafael Casal
13 de Novembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Eructação Mefítica
Finito foi todo sentimento agressor!
Com tua insípida ausência, agora, eu convivo.
Da vida ilidindo o que não posso supor
- Sem querer - degluti nosso fim vomitivo.
Neste ato nutriz, autofágico me afeta
O imo refluxo do teu beijo nauseante.
Tenho ácidos lábios e uma dor inquieta
Por rejeitar, adverso, o que o nojo suplante.
Cuspo o Tudo que hoje não me é quase Nada!
E apesar das cólicas por mim desejadas
Nosso ulceroso sentir ainda me espanta;
Ruminar devo o que deste sonho me resta:
Na língua o sabor de tua boca indigesta
E um dispéptico amor fixado na garganta.
Rafael Casal
11 de Novembro de 2008
Com tua insípida ausência, agora, eu convivo.
Da vida ilidindo o que não posso supor
- Sem querer - degluti nosso fim vomitivo.
Neste ato nutriz, autofágico me afeta
O imo refluxo do teu beijo nauseante.
Tenho ácidos lábios e uma dor inquieta
Por rejeitar, adverso, o que o nojo suplante.
Cuspo o Tudo que hoje não me é quase Nada!
E apesar das cólicas por mim desejadas
Nosso ulceroso sentir ainda me espanta;
Ruminar devo o que deste sonho me resta:
Na língua o sabor de tua boca indigesta
E um dispéptico amor fixado na garganta.
Rafael Casal
11 de Novembro de 2008
domingo, 9 de novembro de 2008
Metástase
Ferido estou além do que havia esperado!
E o nosso incauto amor ainda me atormenta
Tenho, hoje, deste sonho como resultado
O corpo enfadado e a alma purulenta.
Neoplásico é o fim que - inopino - me alcança
Maligno findar do nosso imane tumor
Amor-displasia ao qual, ousando me opor,
Eu nutro, inerme, de vurmosa auto-matança.
E apesar de você não mais ter noite e dia
- De volta ao cárcere onde outrora me escondia -
Tua ubíqua lembrança ainda me alucina;
Tal sarcoma faz que o sofrer se protele!
Do teu corpo o calor persite em minha pele
E o teu cheiro impregnado levo nas narinas.
Rafael Casal
07 de Novembro de 2008
E o nosso incauto amor ainda me atormenta
Tenho, hoje, deste sonho como resultado
O corpo enfadado e a alma purulenta.
Neoplásico é o fim que - inopino - me alcança
Maligno findar do nosso imane tumor
Amor-displasia ao qual, ousando me opor,
Eu nutro, inerme, de vurmosa auto-matança.
E apesar de você não mais ter noite e dia
- De volta ao cárcere onde outrora me escondia -
Tua ubíqua lembrança ainda me alucina;
Tal sarcoma faz que o sofrer se protele!
Do teu corpo o calor persite em minha pele
E o teu cheiro impregnado levo nas narinas.
Rafael Casal
07 de Novembro de 2008
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Apoplexia
Eu não te esqueço! Não importa o quanto tente
E no fim desta história eu, infenso, acredito
Vivo então o vaticínio, em suma, predito:
Tenho - sem teu calor - o espírito doente.
Conviver não sei com este amor inextinto
Como seguir, se respiro a tua presença?
Sempiterno será o que por você sinto
- Mesmo que a tua pele não mais me pertença.
Agora, a cuidar da ferida eu me convido!
E cônscio estou de que meu erro descabido
Foi ter feito deste austero amor o meu tudo;
Apesar de saber que sem ti sobrevivo
Com teu corpo ausente em nosso sonho sativo
Simplesmente me encontro cego, surdo e mudo...
Rafael Casal
06 de Novembro de 2008
E no fim desta história eu, infenso, acredito
Vivo então o vaticínio, em suma, predito:
Tenho - sem teu calor - o espírito doente.
Conviver não sei com este amor inextinto
Como seguir, se respiro a tua presença?
Sempiterno será o que por você sinto
- Mesmo que a tua pele não mais me pertença.
Agora, a cuidar da ferida eu me convido!
E cônscio estou de que meu erro descabido
Foi ter feito deste austero amor o meu tudo;
Apesar de saber que sem ti sobrevivo
Com teu corpo ausente em nosso sonho sativo
Simplesmente me encontro cego, surdo e mudo...
Rafael Casal
06 de Novembro de 2008
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Hipóstase Viciosa
Sofrer suporto! E de sonhar até me esqueço
Contudo súplice existir nunca eu aceito.
Por mais que ganhar seja, da perda, o começo
Encafuar-me, abnóxio? - Não tenho o direito!
Máximo desejo é bem viver todo instante,
Mas introjetar uma certeza eu preciso:
Atrelados - Sempre! - a imaculados sorrisos
Encontram-se, ostensivos, choros ululantes.
- Fugir! - Tudo a este impérvio fim me incentiva,
E desta justaposição adversativa
Capitosos sentidos sequer, hoje, eu invento.
Sentir? - Deixarei, quando, o que me consumia
Nada além for de uma aziaga dicotomia:
- Entender que, do amor, a alma é o sofrimento.
Rafael Casal
05 de Novembro de 2008
Contudo súplice existir nunca eu aceito.
Por mais que ganhar seja, da perda, o começo
Encafuar-me, abnóxio? - Não tenho o direito!
Máximo desejo é bem viver todo instante,
Mas introjetar uma certeza eu preciso:
Atrelados - Sempre! - a imaculados sorrisos
Encontram-se, ostensivos, choros ululantes.
- Fugir! - Tudo a este impérvio fim me incentiva,
E desta justaposição adversativa
Capitosos sentidos sequer, hoje, eu invento.
Sentir? - Deixarei, quando, o que me consumia
Nada além for de uma aziaga dicotomia:
- Entender que, do amor, a alma é o sofrimento.
Rafael Casal
05 de Novembro de 2008
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Hemoptise
Faltou-nos - em tudo! - uma lógica simplista
E a capacidade de aproveitar o pouco
Só agora entendo, sangrando e quase louco:
Eterno é o sentir de quem, deveras, conquista.
Ainda sofro! E incipiente experimento
As consequências do nosso amor danifício
Hoje, deste estulto e ilibado sentimento
Tenho nas entranhas apenas o resquício.
Na alma guardo uma alegria sanguinolenta
- Esquecer é o presente de quem, adicto, tenta! -
Fim! Foi tudo somente um sonho singular.
Certo de que razões de dor cinéreas são
Aceito, escanso, uma hemorrágica ilação:
Doentilmente gosto, de você, gostar.
Rafael Casal
01 de Novembro de 2008
E a capacidade de aproveitar o pouco
Só agora entendo, sangrando e quase louco:
Eterno é o sentir de quem, deveras, conquista.
Ainda sofro! E incipiente experimento
As consequências do nosso amor danifício
Hoje, deste estulto e ilibado sentimento
Tenho nas entranhas apenas o resquício.
Na alma guardo uma alegria sanguinolenta
- Esquecer é o presente de quem, adicto, tenta! -
Fim! Foi tudo somente um sonho singular.
Certo de que razões de dor cinéreas são
Aceito, escanso, uma hemorrágica ilação:
Doentilmente gosto, de você, gostar.
Rafael Casal
01 de Novembro de 2008
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