O silêncio dos punhos minh'alma traspassa
Faltar-me a palavra? - Que isto o amor não permita!
Quando a tinta me é decrépita e escassa
Necessário se torna o meu sangue à escrita.
Onde estão as canetas? - De urgência as procuro!
- Busco a essência dos traços luzidios do escuro -
Aos tácitos símbolos contraste acrescento
E o pálido papel? - Permanece alvacento.
Da inspiração A ausência não é o que me afeta:
Fátua história não ter? - Maior dor de um poeta
- Vivo, enfim, o vazio de que outrora eu fugia!
Brandíloquo nada é o meu futuro aziago
E ao ubíquo destino nas mãos sempre trago
Folhas em branco manchadas de nostalgia.
Rafael Casal
27 de Fevereiro de 2009
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Caixa de Música
Dança ao som da saudade! Oh, meiga Bailarina
- Transitória frequência é o que os teus pés domina -
Protege em segredo a minha voz inaudita,
Quanto as jóias silentes? - Apenas reflita.
Dança sempre o meu canto! - Afônico eu te imploro
Sente, à pele, o sinal: Ele não é sonoro!
Como a ti são os gritos que a paz escondia
Pode ser o silêncio também melodia.
Viva os timbres suaves que a dor arrebata,
No ritmo hipnótico desta muda sonata
Permanece - em surdina - guardada e esperança!
Áfona sinfonia ao teu corpo eu orquestro
Siga o tom da canção! - Ele é o nosso maestro
E se adverso é o fim: Aquieta-te e dança...
Rafael Casal
17 de Fevereiro de 2009
- Transitória frequência é o que os teus pés domina -
Protege em segredo a minha voz inaudita,
Quanto as jóias silentes? - Apenas reflita.
Dança sempre o meu canto! - Afônico eu te imploro
Sente, à pele, o sinal: Ele não é sonoro!
Como a ti são os gritos que a paz escondia
Pode ser o silêncio também melodia.
Viva os timbres suaves que a dor arrebata,
No ritmo hipnótico desta muda sonata
Permanece - em surdina - guardada e esperança!
Áfona sinfonia ao teu corpo eu orquestro
Siga o tom da canção! - Ele é o nosso maestro
E se adverso é o fim: Aquieta-te e dança...
Rafael Casal
17 de Fevereiro de 2009
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
A Sabedoria da Lembrança
Inconcussa memória aos meus olhos se lança
- Mesmo que a idade amiga me seja funesta! -
Quando a pele revela - dos pés - a herança
Lacônica saudade é o que, às mãos, sempre resta.
Pelo julgo da vida que é suave e manso
Entrego-me, criança, aos meus fardos de homem!
Na alma anacrônica da morte eu descanso
Apesar das dores que as idéias consomem.
Abraço o destino! - Logo então me aquieto
E ao sentir, do passado, o vazio dileto
De altenosas lembranças o amor reinvento;
Agarro-me ao tempo! - Exímio ele é no que faz
Sem, contudo, inumar cada instante fugaz
Pois lembrar de esquecer é não ter sentimento.
Rafael Casal
11 de Fevereiro de 2009
- Mesmo que a idade amiga me seja funesta! -
Quando a pele revela - dos pés - a herança
Lacônica saudade é o que, às mãos, sempre resta.
Pelo julgo da vida que é suave e manso
Entrego-me, criança, aos meus fardos de homem!
Na alma anacrônica da morte eu descanso
Apesar das dores que as idéias consomem.
Abraço o destino! - Logo então me aquieto
E ao sentir, do passado, o vazio dileto
De altenosas lembranças o amor reinvento;
Agarro-me ao tempo! - Exímio ele é no que faz
Sem, contudo, inumar cada instante fugaz
Pois lembrar de esquecer é não ter sentimento.
Rafael Casal
11 de Fevereiro de 2009
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Convite
Vem! Esta é a hora de viver o futuro
Com audácia, aos teus pés, o caminho revelo!
Entre opíparas flores ainda procuro
A natureza egrégia de beijos singelos.
Abandone, ególatra, este escuro abafante!
- Resvaladiço é esperar um céu que te encante -
Quando o Sol de nascer - intrépido! - se esqueça
Criaremos razão que ilumine a cabeça.
Vem! Hilário infinito, hojé, é o nosso limite!
Segue-me veloz para que nós -lauta - habite
A coragem de Amar que a saudade aniquila;
Apressa a encontrar-me! - Pois ficar já não posso
E ao fazê-lo, enfim, insólito será nosso
O inefável prazer de uma vida tranquila!
Rafael Casal
06 de Fevereiro de 2009
Com audácia, aos teus pés, o caminho revelo!
Entre opíparas flores ainda procuro
A natureza egrégia de beijos singelos.
Abandone, ególatra, este escuro abafante!
- Resvaladiço é esperar um céu que te encante -
Quando o Sol de nascer - intrépido! - se esqueça
Criaremos razão que ilumine a cabeça.
Vem! Hilário infinito, hojé, é o nosso limite!
Segue-me veloz para que nós -lauta - habite
A coragem de Amar que a saudade aniquila;
Apressa a encontrar-me! - Pois ficar já não posso
E ao fazê-lo, enfim, insólito será nosso
O inefável prazer de uma vida tranquila!
Rafael Casal
06 de Fevereiro de 2009
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Tributo Eloquente
Verde é a esperança que em meu corpo renasce
Como verde é o olhar que ilumina tua face!
Teu sorriso me pode lenir o que é triste
Sou feliz pelo amor que, entre nós, cauto existe.
Firme agarro em tuas mãos! - Todo nosso é o trajeto
- Em teus braços suspenso o universo arquiteto -
Quanto seja de vida que em ti deposito
Maior será a morte em meu íntimo infinito.
Comigo estarás! - Mesmo que o tempo nos fade
Ao breve ou - quem sabe! - por sorte à idade
Em que a alma envelhece e a matéria atrofia;
Cada parte de ti em meu ser reconheço
E hoje, aos céus, grato sou por teu íntegro apreço
Bevemérita amiga: Menina Sofia!
Rafael Casal
02 de Fevereiro de 2009
Como verde é o olhar que ilumina tua face!
Teu sorriso me pode lenir o que é triste
Sou feliz pelo amor que, entre nós, cauto existe.
Firme agarro em tuas mãos! - Todo nosso é o trajeto
- Em teus braços suspenso o universo arquiteto -
Quanto seja de vida que em ti deposito
Maior será a morte em meu íntimo infinito.
Comigo estarás! - Mesmo que o tempo nos fade
Ao breve ou - quem sabe! - por sorte à idade
Em que a alma envelhece e a matéria atrofia;
Cada parte de ti em meu ser reconheço
E hoje, aos céus, grato sou por teu íntegro apreço
Bevemérita amiga: Menina Sofia!
Rafael Casal
02 de Fevereiro de 2009
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Viagem
Raízes arrancar? - Sem qualquer medo o faço!
De asas necessito e - urgente - me é obtê-las.
Busco, ao dia, o valor de profícuo cansaço
E, à noite, o imagético brilho das estrelas.
Além do infinito vejo a paz prometida,
Obsoleto latíbulo a transpor me ordeno!
Devo sedento entregar-me aos vinhos da vida
E do mundo provar todo abjeto veneno.
Rasgo as vestes e, enfim, às máscaras me atento
- No corpo suado anseio o beijo do vento! -
Carregam-me os pés às alegrias sinceras.
De prolixo ilogismo eu - atroz - me liberto!
E, ao fechar as portas, de uma coisa estou certo:
Lá fora, intacta, a felicidade me espera...
Rafael Casal
01 de Fevereiro de 2009
De asas necessito e - urgente - me é obtê-las.
Busco, ao dia, o valor de profícuo cansaço
E, à noite, o imagético brilho das estrelas.
Além do infinito vejo a paz prometida,
Obsoleto latíbulo a transpor me ordeno!
Devo sedento entregar-me aos vinhos da vida
E do mundo provar todo abjeto veneno.
Rasgo as vestes e, enfim, às máscaras me atento
- No corpo suado anseio o beijo do vento! -
Carregam-me os pés às alegrias sinceras.
De prolixo ilogismo eu - atroz - me liberto!
E, ao fechar as portas, de uma coisa estou certo:
Lá fora, intacta, a felicidade me espera...
Rafael Casal
01 de Fevereiro de 2009
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